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Análise e Opinião Liturgia Palavra do Padre Rodrigo Maria

A suprema falta de caridade dentro da Santa Igreja

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Quando se compreende que a união com Deus no amor é o maior bem que um ser humano pode atingir neste mundo e na eternidade, se conclui necessariamente que o maior ato de caridade que se pode ter para com uma pessoa é ajuda-la a alcançar e perseverar nessa comunhão com Deus neste mundo, pela vida na graça, para que se perpetue essa união no céu.

O mais elevado ato de amor para com nosso próximo é ajuda-lo a compreender que Deus é nosso maior bem e que a comunhão com Ele é nossa felicidade mesma.

Não pode haver melhor expressão de amor do que levar as pessoas a serem verdadeiramente felizes, ajudando-as a perseverar na graça que receberam no santo batismo, de modo que estas compreendam que para tal é necessário afastar-se de todo pecado que faz perder a amizade e a comunhão com Deus.

O verdadeiro amor para com o próximo traz consigo a necessidade de ajudá-lo a perceber que jamais poderá ser feliz sem uma vida em comunhão com Deus. E que não é possível uma vida em comunhão com Deus sem a obediência a seus mandamentos e preceitos e a rejeição de todo pecado mortal. Que a graça de Deus é absolutamente necessária para entrarmos no céu, ao mesmo tempo que o desprezo a esta mesma graça e a morte sem ela conduzirá a pessoa diretamente ao inferno.

Jesus Cristo veio ao mundo para nos salvar do pecado e de sua consequência última que é a condenação eterna. Fundou a Igreja para que a mesma continuasse sua obra salvífica pregando a verdade que Ele ensinou e conduzindo todos à graça por meio dos sacramentos. Quem nele crer será salvo, quem não crer será condenado…

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Essas são verdades básicas de nossa fé, nas quais devemos crer e em função das quais devemos viver, sem o que não podemos nos chamar cristãos.

Deus nos criou para conhece-lo, ama-lo e servi-lo neste mundo, de modo que possamos merecer participar de sua felicidade no céu.

O esforço para amar a Deus de verdade e buscar nossa salvação, bem como a de nossos irmãos, deve ser a nossa primeira e mais importante ocupação. Alguém que não viva para amar a Deus e salvar a sua alma nada compreendeu de sua existência e jamais alcançará a verdadeira felicidade.

A grave questão que se coloca é a seguinte:

SE JESUS VEIO PARA NOS SALVAR E DEIXOU A IGREJA PARA NOS SALVAR, PORQUE HOJE QUASE NÃO SE FALA MAIS DA SALVAÇÃO ETERNA E DOS MEIOS DE ALCANÇA-LA?

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Porque a maior parte dos padres e bispos da Santa Igreja não falam mais da graça de Deus e do maior inimigo de nossa salvação que é o pecado? Porque tantos pastores de almas tem se omitido na pregação da verdade e deixado suas ovelhas caminharem inadvertidamente para o inferno? Porque não alertam as pessoas continuamente sobre sua vocação ao céu e sobre o perigo de perderem suas almas em uma vida de pecado que as afasta da graça de Deus e as coloca na rota do inferno?

Em nossos dias a maior parte das pessoas vivem objetivamente em estado de pecado mortal, mesmo boa parte daqueles que compõe os 5% de católicos vão a missa regularmente. Pois é pecado grave faltar missa dominical por preguiça ou comodismo, é situação de pecado grave permanente um casal viver junto sem receber o sacramento do matrimônio, é pecado grave viver em fornicação, adultério, prática homossexual, pornografia, masturbação, etc., é pecado grave contra a fé pertencer ou frequentar a maçonaria, o espiritismo e demais seitas, é pecado grave pertencer, apoiar ou votar em partidos comunistas-marxistas ou outras ideologias contrárias a nossa fé e já condenadas pela Igreja.

A isso se acrescente as novelas imundas e programas imorais, os ambientes que proporcionam o pecado como bares, boites, baladas, carnaval, shows mundanos, as músicas e espetáculos que atentam contra a fé e a moral cristã. Ajunte-se ainda o consumo de contraceptivos artificiais por parte de muitos casais, laqueaduras, uso do DIU, abortos, etc, etc, etc…. é enorme a lista de pecados como esses que podem precipitar uma pessoa no mais profundo do inferno, para sempre….

De novo outra pergunta grave: porque nunca ou raramente se fala dessas coisas em nossas paróquias ou dioceses?… ou em muitos casos quando se fala se propõe o contrário do que a Igreja ensina?

Se a missão de todos os bispos e sacerdotes é salvar as pessoas conduzindo-as a viver e perseverar na graça de Deus, porque não as alerta sobre todas esses pecados e situações de pecado que as desvia de sua verdadeira felicidade e as conduz à eterna condenação?

Muitas pessoas vivem mal e em situação de pecado grave por falta de orientação e ensinamento por parte de seus pastores. Nunca foi tão apropriado para uma geração aquele lamento de Deus ao profeta Oséas(4,6): ”Meu povo se perde por falta de conhecimento”. E porque o povo não tem conhecimento das verdades básicas necessárias para sua salvação? Em grande parte porque aqueles que deveriam ensinar essas verdades não o estão fazendo…em boa parte de nossas paróquias e dioceses nosso povo não tem aprendido o necessário para terem uma vida agradável a Deus, por isso tem sido presa fácil de toda espécie de seitas e mundanismos. Os lobos têm devorado o rebanho debaixo do olhar complacente ou indiferente de muitos pastores.

Um pastor que tenha verdadeiro amor a seu rebanho tudo fará para que todos se salvem. Pregará a verdade e se esforçará para que seus fiéis vivam na graça de Deus. Por isso denunciará o pecado e proporcionará a misericórdia no sacramento da confissão. Levará as famílias a rezarem o terço todos os dias como pediu Nossa Senhora, a terem uma vida sacramental e coerente com a fé católica. Formará seu povo na consciência da eternidade de modo que nenhum sacrifício, sofrimento ou renúncia pareça pesado demais comparado à felicidade eterna.

A principal preocupação de um pastor de almas deve ser com a salvação de seu rebanho por isso mesmo deverá estar muito atento a tudo quanto possa influenciar na vida de suas ovelhas, orientando, corrigindo e formando seu povo na verdade do Evangelho , tal como ensina a Igreja.

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É preciso mudar a mentalidade de nosso povo que se paganizou e passou a ter uma visão de mundo incompatível com uma visão cristã. Os
pastores de almas precisam ter a coragem de denunciar o pecado e enfrentarem os lobos. Como é possível ver o nosso povo, inclusive boa parte dos que frequentam Igreja, viverem objetivamente em situações que os levará a eterna condenação e ser indiferente ou negligente?

A ação pastoral de muitas paróquias e dioceses hoje já não têm mais por meta principal a eterna salvação do rebanho. Muitos pastores já não são mais movidos pelo desejo de glorificar a Deus e salvar as almas, mas por um vago ideal de reunir pessoas para serem boas e fraternas e aceitarem todos como são com suas mais variadas ideias ou ideologias…o mundanismo, uma filosofia mal orientada, uma falsa teologia e sobretudo a liturgia deturpada que imperam em boa parte de nossos seminários acabaram por destruir no coração e na mente de muitos futuros pastores o ideal do sacerdócio cristão configurado ao Coração de Cristo para transforma-los em ”animadores de comunidades” que buscam viver em paz com tudo e todos evitando a todo custo qualquer conflito…

O “bom padre” passou a ser na visão de muitos aquele que acolhe todas as pessoas e convive bem com todas as ideias… que não é polêmico, falando de temas indesejáveis que causem controvérsia… que não fira as pessoas falando de pecados e que não assuste as pessoas falando de inferno e condenação…nada mais contrário à doutrina e à pratica de Nosso Senhor Jesus Cristo e a atuação dos santos pastores que a Igreja celebra e propõe como modelos para os padres e bispos de hoje.

A pretexto de não faltar com a caridade deixou de se falar a verdade, de se cobrar, corrigir e conduzir o povo no caminho estreito da salvação. Usando uma falsa concepção de misericórdia passou-se a aceitar todo tipo de prática pecaminosa ensinando-se ou deixando pensar que Deus tudo perdoa e a ninguém condenará… nada mais útil para iludir as pessoas no erro e acalentá-las em seus pecados, engordando-as para o suplício eterno.

Quem ama quer o melhor para seu próximo. Quer o céu para seus irmãos. Quem ama tudo faz para ensinar, conscientizar e incentivar as pessoas a viverem na comunhão com Deus neste mundo para que se salvem e sejam felizes. Quem ama corrige, alerta, se empenha em fazer ver que um autêntico cristão não pode servir a Deus e ao mundo ao mesmo tempo, mas deve sempre fazer sua opção por Deus por ser verdade que a vontade dEle é sempre o melhor .

Leia também: Como poderemos crescer na fé quando enquanto padres e bispos não cumprem sua missão?

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Se de um lado a mais elevada forma de caridade para com o próximo é ajudá-lo a amar a Deus e se salvar, de outro lado uma das maiores expressões da falta desse amor é a indiferença para com o destino eterno de nossos irmãos e a negligência em alerta-los do perigo de condenação quando se desvia do caminho de santidade, se vive em pecado e se despreza a graça de Deus. Aquele que vê seu irmão caminhando para um precipício e não o alerta, a pretexto de não incomodar, não possui verdadeiro amor.

Que Deus mesmo se compadeça de sua Igreja e, como outrora em tempos de crise, suscite muitos e santos pastores que tenham compromisso com A Verdade e com o bem de seu rebanho para conduzi-lo ao céu.

Templário de Maria

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