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“O anticoncepcional me fez ter um AVC aos 20 anos”

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Luiza Goedert estava pedalando na Espanha quando de repente ‘metade do corpo parou de funcionar’; médicos alertam para fato de muitas prescrições serem feitas sem análise do perfil da paciente.

No início de dezembro de 2012, a jovem brasileira Luiza Goedert, na época com 20 anos, pedalava até a universidade na qual fazia intercâmbio, na Espanha. No trajeto, começou a sentir fortes dores de cabeça. “De repente, metade do meu corpo parou de funcionar e não consegui mais enxergar nada com o meu olho esquerdo”, relembra.

Ela teve dificuldades para caminhar, mas conseguiu chegar à universidade. A brasileira pediu ajuda e foi levada em uma ambulância para um hospital da região.

Na unidade de saúde, a jovem foi diagnosticada com uma crise de enxaqueca. “O médico me falou que eu melhoraria se fizesse uma dieta e descansasse. Eles tinham feito exames, que apontaram que algo não estava bem. Eu estava vomitando de tanta dor de cabeça. Mas confiei no diagnóstico e fui para casa”, relata à BBC News Brasil.

No dia seguinte, a jovem continuou passando mal. “Acordei e os sintomas continuaram iguais. O lado esquerdo do meu corpo estava dormente e eu não conseguia enxergar nada com o meu olho esquerdo. Comecei a passar mal de novo e vomitei de tanta dor de cabeça”, diz.

Luiza voltou ao hospital, passou por novos exames e os médicos descobriram que ela sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) isquêmico – quando há ausência de irrigação sanguínea em uma determinada parte do cérebro, em virtude da obstrução da artéria responsável por levar o sangue àquela área.

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Em todo o mundo, conforme a Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de seis milhões de pessoas morrem por ano em decorrência do AVC. No Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, ocorrem cerca de 100 mil mortes ao ano em virtude do Acidente Vascular Cerebral. O tipo mais comum é o isquêmico, que corresponde a 85% dos registros.

O derrame cerebral, como também é conhecido o AVC, é considerado incomum entre os mais jovens. Estudos apontam que somente entre 15% e 20% dos casos de AVC são registrados em pessoas com menos de 50 anos. “Os riscos de ter um AVC aumentam conforme a pessoa envelhece. Após os 55 anos, esses riscos dobram a cada década”, explica a neurologista Emanuelle Silva Aquino.

O caso de Luiza surpreendeu os médicos. Ela era jovem, não fumava, não tinha histórico de AVC entre familiares próximos e era considerada uma pessoa saudável, pois seus exames nunca apresentaram problemas.

Estudos apontam que o uso do anticoncepcional pode aumentar riscos de AVC isquêmico em duas vezes, em comparação a mulheres que não tomam a pílula – Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Para investigar a origem do derrame cerebral da jovem, ela passou por diversos exames. “Fizeram todos os tipos de análises. Fiz vários raios-X, tiraram meu sangue várias vezes, mas nada apontava qualquer motivo para o AVC. Disseram que eu era uma pessoa 100% saudável.”

Por fim, os médicos concluíram: Luiza teve o derrame em razão do anticoncepcional que tomava há seis anos. “Foi um susto. Nunca imaginei que a pílula poderia me prejudicar tanto”, diz.

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Estudos apontam que o uso do anticoncepcional pode aumentar riscos de AVC isquêmico em duas vezes, em comparação a mulheres que não tomam a pílula. Há aumento de duas a quatro vezes nas chances de a paciente desenvolver trombose venosa – quando se formam coágulos no sistema circulatório. Também há mais riscos, em duas vezes, de infartos.

De acordo com especialistas ouvidos pela BBC News Brasil, os riscos de mazelas em decorrência do anticoncepcional são considerados extremamente baixos e são tidos como raros. Porém, os médicos afirmam que é fundamental que cada paciente seja informada sobre todos os problemas que podem ser trazidos pelo anticoncepcional.

O AVC

Dias antes de descobrir o AVC, Luiza sentiu fortes dores de cabeça. “Nunca tive esse tipo de dor e estranhei”, relata. A jovem estava na Espanha havia cinco meses. Ela planejava fazer intercâmbio de um ano em León, onde estudava Comércio Internacional, para depois retornar a Florianópolis (SC), cidade em que morava, e concluir o curso de Relações Internacionais.

A jovem não deu atenção às primeiras dores de cabeça. “Não achei que fosse algo grave”, justifica.

A descoberta do derrame cerebral, dias depois, a surpreendeu. “Nunca pensei que pudesse ter algo assim sendo tão nova. Os médicos também não esperavam, tanto que tinham me liberado na minha primeira ida ao hospital. Eles ficaram desesperados quando retornei e descobriram o AVC, que não tinham identificado antes.”

Uma das primeiras perguntas feitas pela equipe médica para a jovem, após o retorno dela ao hospital, foi referente ao uso de métodos contraceptivos. “Questionaram se eu tomava algum anticoncepcional. Respondi que sim, então falaram que suspenderiam o uso a partir daquele momento e me deram injeções anticoagulantes [para prevenir a formação de trombos sanguíneos]”, detalha.

Luiza ao lado da mãe, no Natal de 2012, dias após receber alta hospitalar – Foto: Arquivo Pessoal / BBC News Brasil

O uso de anticoncepcionais pode aumentar os riscos de AVC e trombose venosa em razão do estrogênio, hormônio presente no método combinado (com dois tipos de hormônios), que pode afetar a circulação do sangue. Por uma série de modificações que pode causar, como a redução de anticoagulantes naturais produzidos pelo organismo, há o aumento da coagulação do sangue. Assim, há mais riscos de formação de coágulos em distintas regiões do corpo humano – como no cérebro, causando o derrame.

Luiza passou sete dias internada, sendo cinco deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No período, tomou frequentes injeções anticoagulantes e passou por inúmeros exames.

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“Ela era monitorada 24 horas por dia. Os médicos estavam muito preocupados por ela ter tido um AVC tão nova. Eles avaliaram muitas possibilidades. Quando investigaram a fórmula do anticoncepcional que ela usava, descobriram que foi isso que causou o problema dela”, relata a internacionalista (designação do graduado em Relações Internacionais) Mariana Gonçalves, que é amiga de Luiza e na época morava em León.

No Brasil, a mãe de Luiza se desesperava por notícias da filha. “Quando ela me ligou de madrugada para contar que havia tido um AVC, não me lembro mais o que fiz daquela hora até o amanhecer”, comenta a empresária Aurélia Goedert. Dias depois, ela viajou para a Espanha.

Aurélia, assim como a filha, afirma ter ficado surpresa ao ouvir os médicos explicarem que a Luiza teve AVC em decorrência do uso do anticoncepcional. “Nunca soube que isso poderia acontecer, ainda mais em pessoas tão jovens”, comenta.

“Quando os médicos receitam o anticoncepcional, normalmente perguntam apenas se a pessoa tem alergia a algum medicamento, mas nunca alertam sobre problemas que as pílulas podem trazer. Se falassem, poderíamos ter ficado mais alertas”, completa a mãe de Luiza.

O anticoncepcional

Aos 14 anos, Luiza começou a tomar anticoncepcional para tratar as acnes que começaram a surgir em sua pele. “Na época, não imaginei que pudesse haver riscos. Eu não tinha uma vida sexual, mas a médica me disse que era uma boa opção para tratar as minhas espinhas. Ela disse que eu estava apta a tomar a pílula”, diz.

Em 2015, um estudo publicado na revista especializada BMJ Today apontou que cerca de 9% das mulheres em idade reprodutiva no mundo usam contraceptivos orais. O índice chega a 18% em países desenvolvidos.

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A Pesquisa Nacional de Saúde feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2013, dado mais recente sobre o tema, ouviu 23,4 mil brasileiras que usam algum método contraceptivo. Dentre elas, mais da metade usava a pílula.

Estudos apontam que o uso do anticoncepcional diminuiu as gestações indesejadas em todo o mundo – alguns levantamentos apontam que a redução é correspondente a cerca de 40%.

A pílula mais utilizada é a de hormônios combinados, com progesterona e estrogênio. A quantidade de hormônios presentes no método, assim como o risco, varia conforme a geração.

As pílulas consideradas mais antigas têm maior quantidade de hormônio e, consequentemente, apresentam maiores riscos quando comparadas às mais recentes. A geração de anticoncepcional, que varia da primeira à terceira, muda conforme a variação da progesterona – como noretindrona, levonorgestrel, desogestrel, entre outros.

O anticoncepcional combinado usado por Luiza era o Yaz – à base do hormônio drospirenona. O medicamento, recomendado pela ginecologista que acompanhava a jovem, é produzido pela gigante farmacêutica Bayer.

A Pesquisa Nacional de Saúde feita em 2013, dado mais recente sobre o tema, ouviu 23,4 mil brasileiras que usam algum método contraceptivo. Dentre elas, mais da metade usava a pílula. – Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Em nota, a Bayer diz à BBC News Brasil que a possibilidade de a mulher desenvolver problemas de saúde em decorrência do uso de anticoncepcionais combinados é pequena. Segundo a empresa, os benefícios de tais contraceptivos superam os riscos.

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“De modo geral, os hormônios presentes no contraceptivo oral agem de forma positiva no organismo feminino, no entanto, é essencial que seja observado o perfil de cada paciente”, informa a empresa.

A Bayer relata que a pílula anticoncepcional é o método mais utilizado no mundo. A empresa afirma que seus produtos são constantemente avaliados, pois se preocupa com a eficácia e segurança deles. “A companhia reafirma seu compromisso com a qualidade e a segurança e mantém seu posicionamento de transparência na investigação minuciosa de relatos de efeitos adversos possivelmente relacionados a qualquer medicamento”, diz.

Ainda em nota, a empresa diz que todos os seus produtos são aprovados por grandes órgãos regulatórios mundiais, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “A Comissão Europeia emitiu sua decisão final no processo de avaliação sobre contraceptivos hormonais combinados, respaldando o posicionamento da Bayer de que não existem novas evidências científicas que mudariam a avaliação positiva de benefício-risco de anticoncepcionais hormonais combinados”, pontua.

“A Bayer colabora intensamente com os órgãos de saúde em todo o mundo, inclusive a Anvisa, em avaliações sobre o uso, benefícios e riscos de todos os seus produtos. A empresa atualiza com frequência os dados referentes aos seus produtos, a fim de proporcionar informações adicionais para mulheres e profissionais de saúde sobre fatores de risco associados, sinais e sintomas”, finaliza a nota da empresa.

Luiza na Copa da Rússia, em 2018 – Foto: Arquivo Pessoal / BBC News Brasil

Depois do derrame cerebral

Quando recebeu alta hospitalar, os médicos informaram a Luiza que ela não poderia mais tomar anticoncepcionais. “Não posso mais tomar nenhum tipo de hormônio pelo resto da vida.”

Ao deixar o hospital, ela passou um período com dificuldades no lado esquerdo do corpo. “Não conseguia enxergar ou me movimentar muito bem”, detalha. Dois meses depois, a jovem recuperou os movimentos.

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Ela não tem sequelas do AVC. Porém, diariamente toma um medicamento para prevenir novos derrames cerebrais. “Vou ter que tomar esse remédio por toda a vida”, conta Luiza.

Um mês depois do Acidente Vascular Cerebral, ela retornou a Florianópolis. “Acabei ficando metade dos 12 meses planejados, porque sabia que meus pais não ficariam seguros sabendo que eu continuaria distante”, relata. Ela voltou ao Brasil, se formou em Relações Internacionais e, nos últimos anos, foi proprietária de uma loja de doces. Há um mês, se mudou para Amsterdã, na Holanda, onde fará uma pós-graduação.

Luiza hoje; passou sete dias internada, sendo cinco deles na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) – Foto: Arquivo Pessoal / BBC News Brasil

Assim como a história de Luiza, nas redes sociais há inúmeros relatos de mulheres que se intitulam “vítimas do anticoncepcional”. Um dos casos, que viralizou em 2016, foi o da então estudante Juliana Bardella, na época com 22 anos. Ela teve trombose venosa cerebral, também apontada pelos médicos como causada pelo anticoncepcional – ela consumia a pílula havia cinco anos.

“De certa forma me culpei por ter ignorado as notícias sobre a trombose que via na internet ou que ouvia falar. Mulheres, preocupem-se, pesquisem e perguntem!”, escreveu a jovem, no relato que viralizou nas redes sociais.

Hoje, a jovem tem dificuldades de atenção e de memória, em razão da trombose. “Mas não tenho sequelas aparentes”, comenta Juliana, que se formou em Medicina Veterinária no ano passado. Ela tomará remédio por toda a vida para prevenir novas tromboses.

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Os diversos relatos sobre problemas com o uso de anticoncepcional representam importante alerta para que os médicos tenham mais atenção ao prescrever as pílulas, opinam especialistas.

“As mulheres precisam questionar sobre o método contraceptivo e os riscos. O uso de anticoncepcional é coisa séria e não pode ser tratado como algo inocente. Pelo que acompanho, a quantidade de mulheres com problemas causados pela pílula é muito grande. É preciso estar alerta”, declara Luiza.

Fonte: Terra.com.br

Saiba mais sobre os anticoncepcionais/método anticonceptivo:

Mesmo sendo terminantemente proibido pela igreja, ainda há muitos casais que fazem uso de métodos contraceptivos como camisinha e DIU e medicamentos anticoncepcionais, os quais, em sua maioria, são abortivos, o que agrava ainda mais o pecado daqueles que fazem o uso.

Veja alguns dados sobre o assunto:

– Era usado apenas por prostitutas nos EUA até 1930;

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– No início do século XX, a contracepção era ilegal na maioria dos estados (EUA), e 26 deles proibiam as mulheres solteiras de ter acesso à contracepção até os anos 60.

– Era considerado imoral pelas famílias e muitas nem pensavam em tocar no assunto;

– No Brasil até 1970 e alguns, era crime de contravenção.

– Foi uma feminista que lutou a vida toda para conseguir tornar normal e legal o uso deles nos EUA, o próximo passo dela seria o aborto, mas ela morreu antes de conseguir o feito.

– Santo Agostinho diz sobre anticoncepção (na época só existia métodos primitivos de anticoncepção): “A mulher se tornou meretriz do próprio marido.”

– O anticoncepcional pode ser comparado a um veneno. Imagina tomar uma pílula que para o cérebro? Que para o coração? Mas para parar o funcionamento natural do útero pode? Não deveria ser vendido em farmácias mas em lojas de venenos. (Pe Lodi)

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– O mecanismo da pílula é não permitir ovular, mas caso haja ovulação não permite que o óvulo se implante no útero, ou seja, é abortivo.

– O coito interrompido foi castigado por Deus, segundo a bíblia com pecado de morte. Imagina os métodos de hoje? Ele pode ser comparado ao uso da camisinha onde o esperma não entra em contato com a vacina tornando assim a relação sexual antinatural.

– Deus castigava as mulheres do antigo testamento com a infertilidade, hoje elas buscam a “desgraça” por vontade própria.

– A pílula altera todo funcionamento normal hormonal da mulher. Uma mulher saudável que bagunça o próprio corpo para poder ter prazer sem arcar com as consequências.

– Um ato sexual sem amor, pois não há sacrifício. Você toma um veneno para poder se tornar um objeto de uso do homem, sem entrega total.

– Imagina amputar uma perna saudável? Porque então seria natural laquear um útero saudável? Como Deus poderia compreender isso?

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– A pílula ou injeção pode causar câncer, glaucoma, trombose, obesidade, hemorragia, entre outros. Se expor a tudo isso pra poder transar sem se preocupar com o “risco” de ter filhos?

– DIU além de poder causar esterilidade, é abortivo pois não deixam o óvulo de implantar no útero.

Fonte: Curso de extensão em Bioética do Pe Lodi. Veja neste vídeo:

CURSO DE EXTENSÃO EM BIOÉTICA - AULA 14

Conheça o posicionamento da Igreja em relação aos métodos contraceptivos como o anticoncepcional

A Doutrina Católica, em todos os casos e situações, é a favor da vida e presa por seu valor inestimável. Por isso mesmo, a Sagrada Congregação Para a Doutrina da Fé, na Instrução Sobre o Respeito à Vida Humana Nascente e a Dignidade da Procriação, afirma que “o dom da vida que Deus Criador e Pai confiou ao homem exige que este tome consciência do seu valor inestimável e assuma essa responsabilidade: este princípio fundamental deve ser posto no centro da reflexão, a fim de esclarecer e resolver os problemas morais suscitados pelas intervenções artificiais na vida nascente e nos processos da procriação”.

O mesmo documento ainda esclarece que “a contracepção priva intencionalmente o ato conjugal da sua abertura à procriação e, dessa forma, realiza uma dissociação voluntária das finalidades do matrimônio, isto é, as dimensões unitiva e procriativa.

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O que diz o Catecismo da Igreja Católica?

O Catecismo nos diz que, ao salvaguardar “esses dois aspectos essenciais, unitivo e procriador, o ato conjugal conserva integralmente o sentido de amor mútuo e verdadeiro, e sua ordenação para a altíssima vocação do homem para a paternidade”. (Catecismo, n. 2369). Por isso mesmo, os métodos anticoncepcionais são completamente ilícitos, pois é contra o maior dom da pessoa, a vida.

Além do mais, os métodos contraceptivos atuam de modo direto na fecundidade matrimonial. É um não à procriação. A fecundidade não pode ser entendida como um problema; pelo contrário, “a fecundidade é um dom, enfim, do matrimônio, porque o amor conjugal tende naturalmente a ser fecundo. O filho não vem de fora acrescentar-se ao amor mútuo dos esposos; surge no próprio âmago dessa doação mútua, da qual é fruto e realização. A Igreja, que “está do lado da vida”, ensina que “qualquer ato matrimonial deve permanecer aberto à transmissão da vida”. (Catecismo, n. 2366).

Quais são as dimensões da união conjugal?

Por esse motivo, ensina o Conselho Pontifício Para a Família n, 32, “as duas dimensões da união conjugal, a dimensão unitiva e a dimensão procriativa não podem ser separadas artificialmente sem ofender a verdade íntima do próprio ato conjugal”. Sabendo que, em cada ato conjugal, está inerente a expressão de amor entre os cônjuges. Esse amor exprime a sua verdadeira natureza e nobreza, quando ele está ligado à fonte do amor, Deus. (Humanae Vitae, n.8)

Esse amor possui várias características, e vale recordar quatro consideradas mais importantes. A primeira é o entendimento da dimensão desse amor plenamente humano. A segunda é a compreensão desse amor como forma total de entrega um para com o outro, onde o egoísmo não tem lugar, mas sim a partilha entre si. Há ainda esse amor fiel e exclusivo, assumido no dia em que recebeu o sacramento matrimonial. Por fim, o amor fecundo. Os cônjuges não se limitam na comunhão entre si, estão abertos a gerar novas vidas. (Humanae Vitae, n.9)

O ensinamento da Igreja é claro: qualquer ato matrimonial deve permanecer aberto à transmissão da vida, mesmo sabendo que esta não é a única e exclusiva finalidade do matrimônio (Humanae Vitae, n. 11). Neste âmbito da transmissão da vida, diz o Papa Pio XI, os pais são como que ministros da Onipotência de Deus. (Casti Connubii, n. 83). Portanto, todo mecanismo artificial que vá contra esse princípio é ilícito.

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Leia mais: Se os casais católicos não podem evitar filhos, para que serve o Método Billings?

Papa Paulo VI, na Encíclica Humanae Vitae, declara que “é de excluir de igual modo, como o Magistério da Igreja repetidamente declarou, a esterilização direta, quer perpétua quer temporária, tanto do homem como da mulher. É, ainda, de excluir toda a ação que, em previsão do ato conjugal, durante a sua realização ou também durante o desenvolvimento das suas consequências naturais, proponha-se, como fim ou como meio, tornar impossível a procriação”. (Humanae Vitae, n. 14)

Uso dos métodos contraceptivos

Na sabedoria da Igreja, ela adverte que os métodos da regulação artificial da natalidade é um caminho amplo e fácil, que tais métodos abririam à infidelidade conjugal e à degradação da moralidade. Além do mais, com o uso das práticas anticoncepcionais, os homens podem vir perder o respeito pela mulher. Tenha uma preocupação egoísta com si mesmo, preocupando-se somente com o prazer que pode receber dela. O resultado será tratá-la como simples objeto de prazer, em vez de ser tratada como sua companheira, com respeito e dignidade que lhe é próprio. (Humanae Vitae, n. 17).

Diz João Paulo II, na Exortação Apóstólica Familiaris Consortio: “À linguagem nativa que exprime a recíproca doação total dos cônjuges, a contracepção impõe uma linguagem objetivamente contraditória, a do não se doar ao outro. Deriva daqui não somente a recusa positiva de abertura à vida, mas também uma falsificação da verdade interior do amor conjugal, chamado a doar-se na totalidade pessoal”. (Familiaris Consortio, n 32).

Como bem visto, todo e qualquer método artificial para evitar a gravidez é moralmente ilícito para a Igreja. Porém, é relevante ressaltar que existe método natural de regulação da fertilidade lícito. Este método consiste em espaçar a gravidez por meio de planejamento, usando método natural. O mais conhecido, que possui uma eficácia muito grande é o Método Billings.

Em suma, duas coisas devem ficar claras: os filhos são dom de Deus e a fertilidade não pode ser encarada como um problema; pelo contrário, mas como algo biologicamente bom e necessário para a procriação.

Fonte: Canção Nova

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