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Santo do Dia

Santa Matilde, Rainha Católica – 14 de Março

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SANTO DO DIA – 14 DE MARÇO – SANTA MATILDE
Rainha (895-968)

Matilde era filha de nobres saxões. Nasceu em Westfalia, por volta do ano 895 e foi educada pela avó, também Matilde, abadessa de um convento de beneditinas em Herford. Por isso, aprendeu a ler, a escrever e estudou teologia e filosofia, fato pouco comum para as nobres da época, inclusive gostava de assuntos políticos. Constatamos nos registros da época que associada à brilhante inteligência estava uma impressionante beleza física e de alma. Casou-se aos catorze anos com Henrique, duque da Saxônia, que em pouco tempo se tornou Henrique I, rei da Alemanha, com o qual viveu um matrimônio feliz por vinte anos.

Foi um reinado justo e feliz também para o povo. Segundo os relatos, muito dessa justiça recheada de bondade se deveu à rainha que, desde o início, mostrou-se extremamente generosa com os súditos pobres e doentes. Enquanto a ela assistia à população e erguia conventos, escolas e hospitais, o rei tornava a Alemanha líder da Europa, salvando-a da invasão dos húngaros, regularizando a situação de seu país com a Itália e a França e exercendo ainda domínio sobre os eslavos e dinamarqueses. Havia paz em sua nação, graças à rainha, e por isso, ele podia se dedicar aos problemas externos, fortalecendo cada vez mais o seu reinado.

Mas essa bonança chegou ao fim. Henrique I faleceu e começou o sofrimento de Matilde. Antes de morrer, o rei indicou para o trono seu primogênito Oton, mas seu irmão Henrique queria o trono para si. As forças aliadas de cada um dos príncipes entraram em guerra, para desgosto de sua mãe. O exército do príncipe Henrique foi derrotado e Oton foi coroado rei assumindo o trono. Em seguida, os filhos se voltaram contra a mãe, alegando que ela esbanjava os bens da coroa, com a Igreja e os pobres. Tiraram toda sua fortuna e ordenaram que deixasse a corte, exilando-a.

Santa Matilde - (14/03)

Matilde, triste, infeliz e sofrendo muito, retirou-se para o convento de Engerm. Contudo, muitos anos mais tarde, Oton e Henrique se arrependeram do gesto terrível de ingratidão e devolveram à mãe tudo o que lhe pertencia. De posse dos seus bens, Matilde distribuiu tudo o que tinha para os pobres.

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Preferindo continuar sua vida como religiosa, permaneceu no convento onde, depois de muitas penitências e orações, desenvolveu o dom das profecias. Matilde faleceu em 968, sendo sepultada ao lado do marido, no convento de Quedlinburgo. Logo foi venerada como Santa pelo povo que propagou rapidamente a fama de sua santidade por todo mundo católico do Ocidente ao Oriente. Especialmente na Alemanha, Itália e Mônaco ainda hoje sua festa, autorizada pela Igreja, é largamente celebrada no dia 14 de março.

Conheça mais sobre Santa Matilde

Santa Matilde era filha do conde Dietrich de Saxe, que descendia do famoso Witikind, chefe dos saxões durante o reinado de Carlos Magno. Seus pais, entre os quais, depois da conversão o mestre Witikind, a religião e a piedade eram como que hereditárias, educaram-na sob os olhos da avó Matilde, abadessa do mosteiro de Erfort. Ela infundiu nessa escola um gosto extraordinário pela oração e pela leitura de livros de piedade. Aprendeu também a trabalhar em todos os trabalhos condizentes com o sexo, e contraiu, insensivelmente o hábito de empregar todos os momentos nas coisas sérias e dignas de uma criatura racional.

Tornando-se rainha, conquistou vitórias contra os húngaros e os dinamarqueses, e Matilde as conquistava também contra os inimigos da sua salvação. Dedicava-se à oração e à meditação, a fim de se exercitar no fervor e na humildade. Esse exercício tinha para ela tal encanto que, além do tempo que dedicava a isso durante o dia, consagrava ainda boa parte da noite.

Frequentemente visitava os doentes e os aflitos, que consolava e exortava à paciência. Servia os pobres e ensinava-os a estimar um estado que Jesus Cristo escolhera e ao qual são prometidas recompensas da vida futura. Obtinha a liberdade para os prisioneiros. E quando os direitos da justiça se opunham à liberdade deles, aliviava ao menos o peso das correntes, por abundantes esmolas. O principal objetivo que se propunha, era levar os infelizes a expiar os crimes cometidos por lágrimas e por sincera penitência. Tinha o consolo de ver o rei, seu marido, entrar em acordo com ela e secundá-la em todos os piedosos empreendimentos.Henrique, o caçador, seu marido, tornara-se rei da Alemanha (…)

Henrique trabalhou também pela conversão dos infiéis e fez com que se batizasse um rei dos abdoritas e um rei dos dinamarqueses ou normandos. Tinha por amigo Santo Udalric bispo de Augsburgo. Morreu no segundo dia de Julho do ano de 936.

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Matilde, sua esposa, permanecia nas igrejas rezando. Percebendo pelos lamentos do povo que ele estava morto, perguntou se havia algum sacerdote em jejum que pudesse celebrar a missa por ele. Apresentou-se um jovem e virtuoso sacerdote, chamado Adaldague. Matilde lhe deu imediatamente os braceletes de ouro que levava e, mais tarde, obteve que fosse nomeado arcebispo de Bremen.

O corpo do rei Henrique foi levado para Quedlimburgo, perto de Halberstat, onde ela havia decidido fundar com ele um mosteiro para moças, o que executou incontinenti. Eram todas pessoas nobres e Santa Matilde se retirou com elas para lá terminar os seus dias.

De Henrique tivera três filhos: Otão, Henrique e Bruno. Tinha especial predileção pelo segundo, o que constituiu a fonte de grandes males, porque, após a morte de seu esposo, desejava que ele fosse reconhecido como rei. E havia um pretexto para preferi-lo a Otão. É que este nascera antes de o pai se tornar rei. Otão, já designado pelo pai, venceu, de acordo com o sufrágio dos francos e dos saxônios. Mas Henrique, que foi duque da Baviera, sempre alimentou pretensões, e várias vezes se revoltou. O terceiro, Bruno, dedicou-se aos estudos e aos serviços da Igreja e tornou-se grande santo.

Entretanto, retirada no mosteiro de Quedlimburgo, Matilde observava rigorosa disciplina e, conservando maravilhosa dignidade nas ações e nas palavras, não deixava de possuir modéstia e pudor que a teriam feito passar por virgem, se os filhos não fossem conhecidos.

À noite, além do ofício a que assistia, rezava durante muito tempo, antes e depois. Jamais se aproximou do altar com as mãos vazias, seja enquanto o rei era vivo, seja depois de morto. Todos os dias apresentava ao padre sua oferenda de pão e de vinho para a salvação de toda a Igreja. Mas, desde que enviuvou, não cessou de oferecer o santo sacrifício pelos pecados do rei, seu esposo, no que superou todas as mulheres de seu tempo. Observou toda a vida o oitavo dia da morte do príncipe, o trigésimo e o aniversário.

Pelo ano de 946, suportou rude perseguição da parte dos príncipes seus filhos. Como fazia muitas esmolas, contaram a eles que ela gastava somas imensas das rendas do Estado. Otão chegou a enviar espiões para prenderem aqueles a quem sua mãe enviava esmolas, tirar-lhas e maltratá-los. Queriam que abandonasse as terras que havia recebido como dote e que tomasse o hábito religioso.

Para aumentar-lhe o desgosto, o príncipe Henrique, seu filho predileto, concordou com Otão, nesse particular. Como visse aumentar diariamente os maus tratos, deixou tudo quanto o rei Henrique lhe dera e retirou-se para a Angria, que fazia parte da Westfália atual. Mas, algum tempo depois, o rei Otão, mal sucedido nas guerras, e atendendo às exortações da rainha Edite, sua esposa, dos bispos e dos senhores, chamou a rainha sua mãe, pediu-lhe perdão, publicamente, e devolveu-lhes as terras que lhe havia tirado. O príncipe Henrique, imitando o exemplo do irmão, reconciliou-se com ela, e amou-a tanto como antes.

A santa rainha Matilde, restabelecida em sua autoridade primitiva, aplicou-se mais ainda do que antes a dar esmolas e a fazer boas obras. E, com o socorro do rei, seu filho, fundou várias igrejas e cinco mosteiros, entre outros o de Polden, no ducado de Brunswick, onde reuniu três mil monges. O rei Otão confirmou tais doações pelas cartas do ano de 955.
No mesmo ano, deu-se a morte de Henrique, então duque da Baviera. A rainha Matilde ficou profundamente abatida.

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Renunciou aos poucos ornamentos que guardava durante a viuvez e não mais se apresentou senão em vestes de luto. Não quis mais ouvir nenhuma canção profana, nem assistia nenhuma diversão. Não ouvia senão cânticos extraídos da Escritura santa ou das vidas dos santos. Dava refeições aos pobres duas vezes por dia e distribuía-lhes alimentos mesmo durante as refeições.

Quando viajava, levava consigo círios que distribuía pelas igrejas e alimentos aos pobres. E havia recomendado a uma religiosa que a servia, Richeburge, não deixar passar nenhum pobre sem receber esmola. Em todas as cidades em que passava o inverno, fazia acender uma grande fogueira para os pobres e viandantes. Algumas vezes ela mesma os servia. Depois, levava-os para um aposento onde lhes dava alimento ou roupas, de acordo com a necessidade. Não deixava passar um só dia sem praticar obras de caridade pessoalmente.

Em 967, em Northause, onde fundara um mosteiro de três mil religiosas, teve o último encontro com os filhos e os netos. O imperador Otão lá se encontrava com sua irmã Gerberge, rainha da França. Passaram juntos sete dias. Santa Matilde recomendou-lhes, sobretudo ao imperador, seu filho, o novo mosteiro que havia fundado para a salvação de toda a família. Lembrou ao filho que nesse lugar Henrique, seu irmão, nascera, bem como sua irmã Gerberge. Só o nome desse mosteiro devia, portanto, lembrar-lhe a memória afetuosa de um pai, de uma mãe, de um irmão e de uma irmã.
No dia em que o imperador devia partir, após terem assistido juntos à santa missa, ela renovou as lembranças com uma ternura mais profunda do que antes e anunciou-lhe que a estava vendo pela última vez. Despediram-se e abraçaram-se chorando. Os presentes também choravam. O imperador montou a cavalo e elam entrando na igreja, aproximou-se do lugar onde havia assistido à missa, ajoelhou-se e beijou, chorando os rastros do filho que partia. O imperador foi avisado. Saltando do cavalo, atirou-se-lhe aos pés, dizendo:

“Ó venerável senhora porque serviço poderíamos pagar essas lágrimas?” Após curta pausa, a piedosa senhora disse: “De que nos serve ficar mais tempo juntos? Queiramos ou não, temos de nos separar. E, vendo-te, não diminuirá minha dor. Ao contrário. Vai na paz de Cristo. Não verás mais este rosto em corpo mortal, assim ao menos penso.”

Com efeito, voltando a Quedlimburgo, caiu doente. E, vendo que a morte estava próxima, mandou chamar Richeburga, então abadessa de Northause, para que a assistisse até o fim. Distribuiu aos bispos e aos sacerdotes o que lhe restava de bens e que não terminara de distribuir aos pobres e aos mosteiros. Uma multidão de pessoas veio visitá-la durante a doença. Entre outras, seu neto Guilherme, arcebispo de Maiença. Ela o recebeu com grande alegria e lhe disse:

“Não duvido de que Deus te envia por aqui, porque ninguém me é mais íntimo nem mais agradável com relação ao que se trata de fazer, sobretudo desde que perdi a esperança de ver meu querido Bruno viver além de mim, para ver os últimos momentos e confiar meu corpo à terra. Agora, pois, escuta inicialmente minha confissão e dá-me a absolvição pelo poder que recebeste de Deus e de São Pedro. Depois, entra na igreja, canta a missa por meus pecados e minhas negligências, pela alma de meu senhor o rei Henrique e por todos os fiéis cristãos, vivos e defuntos.”

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Após o arcebispo, seu neto, ter rezado a missa, veio encontrá-la novamente, e deu-lhe segunda absolvição; em seguida óleo santo e o viático. Ficou ainda três dias perto dela. Mas, vendo que não estava tão próxima do fim, pediu-lhe permissão para retornar. A rainha pediu à abadessa Richeburge que desse o que ainda restasse ao bispo. “Amada de Deus, respondeu a abadessa, que pode restar ainda, se destes tudo aos pobres?” – “Então, respondeu a rainha, traze-me os panos mortuários, reservados para minha sepultura, para que eu os dê a meu neto, como penhor de meu amor. Terá mais necessidade deles do que eu, por causa da difícil viagem que vai empreender.”

O bispo recebeu de sua mão as roupas, com agradecimentos, deu-lhe a benção e disse baixo aos presentes: “Vamos a Radelvroth. Deixo aqui um dos meus clérigos, para que, se a rainha morrer, venha avisar-me imediatamente; voltaremos para dar ao corpo a sepultura conveniente.” A rainha levantou a cabeça e disse alto: “Não é necessário que ele fique aqui. Será melhor que parta contigo. Terás necessidade dele na viagem. Vai na paz de Cristo; a sua vontade te chama.”

O bispo ao chegar a Radelvroth, tomou uma poção medicinal, morrendo subitamente. Quando a notícia chegou a Quendlimburgo, não se sabia como anunciá-la à rainha, para não aumentar-lhe os sofrimentos. Mas a serva de Cristo, sorrindo entre lágrimas, disse: “Que estais cochichando? Por que esconder-me essa triste notícia? Sei que o bispo Guilherme já se foi deste mundo e isso me acabrunha. Ide, fazei soarem os sinos, reuni os pobres e distribui-lhes esmolas, para que intercedam por sua alma.”

A piedosa rainha viveu doze dias além da morte de Guilherme. Por fim, no sábado da primeira semana da quaresma, ao romper do dia, mandou chamar os sacerdotes e as religiosas. E como grande multidão, tanto homens como mulheres, acorressem para vê-la, ordenou que deixassem entrar todos.

Deus a todos conselhos salutares, principalmente a Matilde, abadessa de Quedlimburgo, filha do imperador, seu filho, Em seguida, mandou que os sacerdotes e as religiosas se aproximassem para ouvirem a confissão e pedirem a Deus, por ela, a remissão dos pecados. Ordenou que se celebrasse a missa e que lhe trouxessem o corpo de Nosso Senhor.
Pelas nove horas, fez com que a deitassem por terra, sobre um cilício, colocou cinza sobre a cabeça com as próprias mãos dizendo: “Fica bem a um cristão morrer sobre um cilício e cinza”. Depois fazendo sobre o corpo o sinal da cruz, adormeceu tranquilamente no Senhor, no mesmo dia, 14 de Março de 968, em que a Igreja honra a memória.

Foi enterrada no mosteiro de Quedlimburgo, na igreja de São Serval, ao lado do túmulo de Henrique, seu esposo, onde ela havia decidido esperar pelo dia da ressurreição e do julgamento. Sua vida foi escrita por ordem do imperador Henrique, seu bisneto.

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