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Santo do Dia – 17 de Abril – São Roberto de La-Chaise-Dieu

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SANTO DO DIA – 17 DE ABRIL – SÃO ROBERTO DE LA-CHAISE-DIEU
Abade beneditino e Confessor (+1067)

O século VII foi para o monaquismo ocidental a época de ouro, seguida por um declínio decorrente mais de causas políticas que religiosas. O movimento da reforma de Cluny assinala igualmente uma rápida retomada no século X, graças também ao privilégio da isenção que o abade Odon de Cluny obteve em 931, para defender os monges das interferências externas. Eles deviam responder somente ao papa.

Seguindo o exemplo de Cluny, surgiram outros centros de reforma monástica na Itália (Cava), na Alemanha (Hirsau) e na França, com São Roberto de Solesmes – fundador, junto com santo Estêvão de Cister, de uma das ordens monásticas mais significativas, os cistercienses – e com são Roberto de Turlande, mais bem conhecido pelo nome de sua fundação, La-Chaise-Dieu, a casa de Deus.

Este santo abade nasceu em Auvergne; tornou-se padre e cônego regular, abraçando uma forma de vida religiosa inspirada na dos monges, promovida por alguns bispos, que agrupavam junto à catedral aquela parte do clero disposta a manter vida comum, de acordo com os “cânones” (daqui o nome de “cônegos”), isto é, as regras estabelecidas pelo sínodo lateranense de 1039: além da obediência e da castidade, os cônegos eram obrigados à vida comum e a total renúncia da propriedade. Os poucos que aceitaram essa regra foram chamados cônegos regulares agostinianos.

Roberto estava entre os primeiros e se distinguiu por seu amor aos pobres. Mas se sentia atraído por uma forma de vida religiosa mais austera. Foi acolhido entre os monges de Cluny, sob a direção de santo Odilon, e depois de alguns anos realizou sua peregrinação a Roma. Ao retornar, decidiu levar vida eremítica na Auvergne, perto de Brioude, para transcorrer o resto da vida na solidão. Mas foi alcançado por um número sempre maior de discípulos até chegar ao belo número de trezentos. O santo eremita construiu para eles o primeiro núcleo de casas, de cujo agrupamento teve origem a abadia beneditina de La-Chaise-Dieu, casa-mãe da nova comunidade monástica da qual Roberto foi o primeiro abade.

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São Roberto de La-Chaise-Dieu

Roberto nasceu na família dos Turlande, no meio de uma floresta, quando a mãe, indo a uma visita ao castelo vizinho, sentiu as dores do parto.

Desde os primeiros dias, veio o presságio de que seria devotado à pureza, uma vez que, tendo sido confiado sucessivamente a duas amas de leite, ambas de má vida, recusou-lhes, com veemência o peito.

Entregue, para a educação, os eclesiásticos de São Juliano de Brioude, ali se formou na piedade. São Roberto teve uma juventude inocente. Passava as noites em oração, era caridosíssimo com os pobres e, a muitos deles, lavava-lhes e pensava as feridas.

Uma vez recebida a tonsura, nomearam-no cônego da igreja de São Juliano. Padre, rezava a santa missa com devoção jamais vista.

Contemplativo, São Roberto, um dia, decidiu abandonar a tudo para seguir Jesus Cristo. E, atraído pela fama de Cluny, sob o governo de Santo Hugo, resolveu procurar a célebre abadia. Confiou, então, a um companheiro, aquele intento, concertando, ambos, que deixariam São Juliano à noite, às escondidas.

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Sem que se saiba como, porém, foram descobertos. E o Santo, envergonhadíssimo, cheio de dor, chegou até a adoecer.
Quando se curou, buscou por todos os meios uma solução que o levasse à vida monástica. E, tendo ido a Roma, para consultar o Senhor, longamente, e com fervor, orou sobre a tumba dos Santos Apóstolos suplicando que Deus lhe fizesse ver a vontade do céu.

De volta, esperando no Senhor com grande confiança, viu-se atendido nos rogos que fizera. Um soldado, chamado Estêvão, pouco depois do regresso, apareceu para consultá-lo sobre como devia fazer penitência.

– Deixa tudo, respondeu-lhe o santo, e transfere-te para a milícia do Senhor.

– Eu o farei gostosamente, disse-lhe o soldado com ardor, uma vez que possa realizar o sacrifício em tua companhia.

Era, sem dúvida, pensava Roberto, aquele soldado, enviado de Deus. E, a ele, deu-lhe a conhecer o seu secreto desejo. Sem tardança, o soldado fez uma peregrinação a Nossa Senhora do Puy-em-Velay, para implorar o socorro da Virgem, a orientação que deviam seguir. E, de regresso, descobriu, nas montanhas, entre matas, os escombros de uma igreja abandonada, distante de Brioude cinco léguas pouco mais ou menos. Não restava ali um ótimo retiro?

Alegre, Estêvão foi referir a descoberta ao Santo. E, não demorou muito, um segundo soldado veio pedir ao confessor que o aceitasse como discípulo. Chamava-se Dalmácio e queria viver sob sua orientação.

Roberto determinou provar os dois durante alguns meses, findo os quais, demandaram a ermida arruinada, perdida nas montanhas e nas florestas. Os três, despojados de tudo, alegraram-se com aquele estado de indigência.

Passaram, então, a viver no êremo. E os habitantes das redondezas, desconfiados, ao invés de ajudá-los, injuriavam-nos. Roberto e os dois ex-soldados, suportaram os maus tratos como enviados por Deus, mas a brutalidade dos moradores daquele região acabou por se arrefecer e, afinal, desapareceu. Alguns, mesmo, do lugar, tocados, edificados por tanta piedade e renúncia dos solitários juntaram-se a eles. E o número destes últimos, crescendo, levou a São Roberto a necessidade de construir um mosteiro.

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O bispo de Clermont, deu-lhes a permissão, e, com o tempo, pessoas piedosas começaram a contribuir, estas com dinheiro aquelas com materiais indispensáveis.

Assim surgiu a abadia de Chaise-Dieu, em 1050, para a qual se obtiveram, do Papa, então Leão IX, os privilégios e as autorizações necessárias.

Abade, embora relutasse na aceitação do cargo, Roberto conseguiu, pela doçura, a pureza de intenção e os milagres, reunir no mosteiro de Chaise-Dieu perto de trezentos religiosos submetidos à regra de São Bento.

Deus deu-lhe a conhecer a hora da morte. Então, reunindo os filhos todos, exortou-os a perseverar, abraçando-os um por um. Quando faleceu, a 17 de Abril de 1067, todos lhe choraram a morte.

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