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São Maurício e seus companheiros mártires – 22 de setembro

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SANTO DO DIA – 22 DE SETEMBRO – SÃO MAURÍCIO E COMPANHEIROS
Mártires (séculos III e IV)

Diocleciano, assim que foi aclamado imperador, no ano 284, imediatamente nomeou Maximiano Hercúleo governador do Ocidente, com a incumbência de entrar em combate contra os gauleses, agora chamados franceses, os quais já haviam dado início à luta armada para vingarem-se da morte de Carino, filho do até então imperador, que fora assassinado pelo sanguinário Diocleciano por ocasião da sua tomada do poder.

No alto Egito, foi recrutado um batalhão de soldados cristãos, conhecidos como ‘a legião de soldados cristãos da Tebaida’, chefiados pelo comandante Maurício. Apesar do ódio que Maximiano nutria pelos cristãos, a incorporação de tais soldados em seu exército não era nenhum acontecimento especial ou extraordinário, uma vez que o próprio imperador Diocleciano, na época, era simpatizante confesso deles. Até mesmo confiava-lhes cargos administrativos importantíssimos no Império. Nesse período, ele ainda não via ou citava os cristãos como uma ameaça ao Império Romano.

Depois de muitas batalhas, durante um período de descanso de três dias em Octodorum, por ordem do imperador, haveria três dias de comemorações e grandes festas religiosas, nas quais os deuses pagãos seriam homenageados pela vitória conseguida sobre o inimigo. É claro que os soldados cristãos da legião tebaica recusaram-se a participar de tal festa.

Então, decidiram levantar acampamento e seguiram para Agaunum, uma aldeia a cinco quilômetros de distância da cidade. Esse ato irritou o governador Maximiano, que ordenou o retorno imediato do batalhão cristão, para que se aliassem ao restante do exército, nas solenidades aos deuses.

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Comandados por Maurício e com o apoio, principalmente, de Exupério, Cândido, Vitor, Inocêncio e Vital, todos os soldados da tropa de Tebaida recusaram-se, novamente, a participar dos festejos. A irritação de Maximiano aumentou ainda mais, e a tal ponto, que imediatamente deu ordem a seu exército para marchar contra eles.

Maurício e seus companheiros foram, então, massacrados pelos soldados pagãos. O campo ficou forrado de sangue e cadáveres. Naquele lugar e naquela época, foi erguida uma igreja em honra e culto a esses santos mártires do cristianismo, encontrada somente por volta do ano 1893. A maioria das relíquias dos corpos dos soldados cristãos da legião tebaica, atualmente, é venerada no Convento de São Mauricio de Agaunum, na região do Valese, atual Suíça. Especialmente no dia 22 de setembro, determinado pelo calendário oficial da Igreja de Roma.

Texto: Paulinas Internet

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Não foi São Sebastião o único guerreiro que derramou o sangue pela fé. Na mesma época, sob Diocleciano e Maximiano, houve uma legião inteira de mártires. Foi a legião tebama. Tendo-a mandado vir do Oriente, Diocleciano recebeu-a em Roma e deu-lhe ordens para reunir-se a Maximiano, que marchava contra os bagodos, povos insurretos da Gália belga.

Mas o Papa São Casus fez a essa legião outras recomendações mais importantes; pois era inteiramente composta de cristãos. Bem depressa tiveram oportunidade de por em prática as recomendações do Pontífice. Como Maximiano quisesse utilizá-los na perseguição de cristãos, como costumava fazer com outros soldados, eles se recusaram a obedecer-lhe. O imperador detivera-se nos Alpes, num lugar chamado Octodura, hoje Martinac de Valais, a fim de refazer-se das fadigas da viagem; a legião tebana encontrava-se a pequena distância, em Agaune, ao sopé da montanha hoje chamada São Bernardo. Irritado com esse ato de desobediência, Maximiano ordenou que a legião fosse dizimada, e reiterou suas ordens no sentido de obrigar os sobreviventes a perseguirem os cristãos. Ao receberem essa ordem pela segunda vez, os soldados tebanos puseram-se a clamar que prefeririam sofrer qualquer espécie de castigo a fazer a mínima coisa contrária a religião cristã. Maximiano mandou fossem novamente dizimados e os sobreviventes obrigados a obedecer. Mais uma décima parte da legião foi sacrificada, de acordo com a sorte; porém, os restantes se exortaram reciprocamente a perseverarem na confissão.

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Encorajavam-nos, sobretudo, três oficiais-generais, Maurício, Exupério e Cândido, que lhes propunham o exemplo dos companheiros, aos quais o martírio já conduzira ao céu. Aconselhados por eles, os tebanos enviaram uma representação ao Imperador, cuja substância era a seguinte: “Somos vossos soldados, é verdade; mas também, espontaneamente o confessamos, somos servidores de Deus. Devemos a vós serviço da guerra, e a Ele a inocência; recebemos de vós o salário, e Ele nos deu a vida. Não podemos seguir vossas ordens, se nos levarem a renegar Deus, nosso Criador e nosso Senhor, e também o vosso, queirais ou não. Se não ordenardes coisa alguma que possa ofendê-lo, nós vos obedeceremos, como fizemos até agora; em caso contrário, a ele obedeceremos, de preferência. Nós vos oferecemos nossos braços contra qualquer inimigo; mas consideramos crime mergulhá-los no sangue inocente. Empunhamos armas a favor de nossos concidadãos e não contra eles. Juramo-vos fidelidade; antes disso, porém, juramos fidelidade a Deus: como podeis confiar no segundo juramente, caso violarmos o primeiro? Exigis que procuremos cristãos para supliciá-los? Não tendes necessidade de procurá-los: aqui estamos, confessando Deus, o Pai, Criador de todas as coisas, e seu Filho, Jesus Cristo, que é com Ele um mesmo Deus. Vimos nossos companheiros serem degolados e não os lamentamos; regozijamo-nos pela glória que lhes coube de sofrer por seu Deus e Senhor. Nem essa violência, nem o desespero hão de levar-nos à revolta: temos armas nas mãos e nos revestimos, pois preferimos morrer inocentes a viver culpados. O fogo, os tormentos, a espada, tudo estamos dispostos a enfrentar; mas, cristãos, não podemos perseguir cristãos.”

Exasperado pela impotência diante de tanta firmeza, Maximiano ordenou que todos os tebanos fossem mortos, e deu ordens para que as tropas avançassem e os envolvessem, chacinando-os depois. Não ofereceram a menor resistência: baixaram as armas e apresentavam o pescoço aos perseguidores. O solo ficou juncado de cadáveres; correram rios de sangue. Acredita-se que o número dos soldados tebanos se elevava a seis mil e seiscentos, pois de tanto se compunham geralmente as legiões.

Um veterano, chamado Vítor, que não pertencia àquela legião, e não mais servia, ao seguir seu caminho, viu-se diante dos que haviam trucidado os mártires, e que se regozijavam, enquanto lhes compartilhavam os despojos. Convidaram o recém-chegado a comer em companhia deles e depois lhe indagaram se também era cristão. Vítor respondeu que era, e que sempre o seria: imediatamente investiram contra ele e o mataram. Outros soldados da mesma legião, foram mortos alhures.

Podem citar-se vários outros mártires célebres vitimados durante as excursões que Maximiano fez às Gálias, não apenas contra os bagodos, mas também contra o partido de Carause. Era este um grande capitão, que recebera a incumbência de conservar o mar, nas costas da Bélgica e da Armórica, livre das incursões dos francos e saxões e que depois se tornara suspeito, revoltara-se e apoderara-se da Grã-Bretanha, onde permaneceu durante sete anos.

Em Nantes, na Armórica, podemos citar São Donaciano e São Rogaciano, dois irmãos de ilustre nascimento, Donaciano era o mais moço; mas foi o primeiro a converter-se e, depois de receber o batismo, começou a trabalhar pela conversão dos companheiros, o que sensibilizou o irmão mais velho, que também fez questão de tornar-se cristão. Pediu a Donaciano para ser batizado antes do início da perseguição para que esta não o surpreendesse pagão ou catecúmeno. Mas a ausência do bispo, que fugira, impossibilitou que ele recebesse o batismo, Contudo, tendo chegado à cidade o governador que perseguia os cristãos, Donaciano foi denunciado sob a acusação de ter desviado seus companheiros, e particularmente seu irmão, do culto dos deuses. O governador mandou-o vir à sua presença: Donaciano confessou com santa altivez e foi lançado ao cárcere com ferro nos pés. Tendo Rogaciano também comparecido perante o Imperador, a princípio este lhe falou com brandura, tentando conquistá-lo com promessas; vendo-o, porém tão firme quanto o irmão, também deu ordens para que o atirassem ao cárcere. Afligia os dois irmãos acima de tudo o fato de Rogaciano ainda não ter sido batizado, pois no dia seguinte ambos enfrentariam a morte. Donaciano fez esta prece na intenção do outro: “Senhor Jesus Cristo, vós, para quem os desejos sinceros igualam os efeitos, vós que, deixando-nos a vontade, reservastes para vós o poder, permiti que a fé pura de Rogaciano lhe sirva de batismo; e, se acontecer que o prefeito nos mande matar amanhã, como decidiu, permiti que o sangue de vosso servidor seja para ele uma ablução e uma unção sacramental!” Tendo velado e orado durante a noite inteira, no dia seguinte foram conduzidos perante o tribunal do prefeito, e após prolongadas torturas, ambos tiveram a cabeça cortada.

Como Maximiano permaneceu mais tempo na Bélgica, é também lá que deparamos com a maior ceifa de mártires do seu tempo. Em Amines, o Bispo São Firmino; na mesma cidade, Vitória e Fuciano, assim como Genciano, seu hóspede; em Augusta, capital de Vermacois, cidade mais tarde destruída, São Quentin, em Soissons, São Crispino e São Crispiniano; em Tournay, São Pit, sacerdote; em Fismes, perto de Reims, a virgem Santa Macra; no Louvre, em Parisis, São Justo ou Justino, que tendo ido a Amines com o pai e o irmão e, recusando-se a denunciar aos perseguidores os que o acompanhavam, teve a cabeça cortada. Ainda são assinalados vários mártires em Tréves, sob Riciovaro, governador da Gália Belga e a quem também atribuem a responsabilidade da maioria das vítimas precedentes. Na Grã-Bretanha, ressalta entre outros Santo Albano que, tendo acolhido em sua casa um eclesiástico que fugia da perseguição entregou-se para salvá-lo.

São Carpais, Bispo de Agen, ocultou-se na Aquitânia, fugindo à perseguição; em seguida, estimulado pelo exemplo de Santa Fé, virgem, junto a Agde, apresentou-se e sofreu o martírio. Tibério, Modesto e Florêncio, em Viena. Ferréolo, tribuno militar, e um de seus soldados, chamado Julião, foram decapitados em Brioude, no Auvergne. Em Embrum, Vicente, Orôncio e Vítor, Em Arles, Geneu, escrivão, ainda jovem catecúmeno, que ao ouvir ler no tribunal a ordem para perseguir os cristãos, e não podendo decidir-se a escrevê-la, atirou aos pés do juiz as tabuinhas enceradas sobre as quais escrevia, fugiu e ocultou-se. O juiz deu ordens para que o prendessem; e como não conseguissem encontrá-lo, condenaram-no a perder a cabeça, assim que fosse descoberto. Enquanto isso o mártir pediu ao bispo, por intermédio de pessoas de confiança que o batizasse. Seja que não dispusesse de tempo, seja que não confiasse nos seus verdes anos, o Bispo não o atendeu; mandou dizer-lhe que seria suficientemente batizado com o seu sangue. Enfim, permitiu Deus que fosse descoberto. Ainda tentou fugir atravessando o Ródano a nado; mas foi preso na outra margem e teve a cabeça cortada. Não se sabe bem qual foi a época em que ocorreu o martírio; contudo, é muito importante para que seja omitido por carência de maiores dados.

Algum tempo depois do morticínio da Legião Tebana, Maximiano Hércules foi a Marselha. A chacina por ele praticada, tornara-o terrível aos olhos dos cristãos, e os de Marselha muito se alarmaram. Um soldado foi à note, de casa em casam concitando os fiéis ao desprezo de uma morte transitória e ao desejo de uma vida eterna. Seu nome era Vítor. Foi preso e conduzido diante dos prefeitos que o exortaram a não desdenhar o culto dos deuses e a não trocar as honras da milícia e a amizade de César pelo culto de certo morto.

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Vítor provou que aqueles deuses eram demônios impuros: declarou que, Soldado de Cristo, não desejava, de modo algum, afrontar seu rei, desfrutar recompensas militares, nem a amizade do Imperador. Confessou com voz firme que o Senhor Jesus Cristo, altíssimo Filho de Deus, por amor à restauração do gênero humano, fora, de fato, um homem mortal, e voluntariamente deixara-se matar pelos ímpios; mas que pelo poder da sua divina vontade, ressuscitara ao terceiro dia e subira aos céus, e que recebera de Deus, Pai, uma eterna realeza sobre todas as coisas. Ao ouvir as palavras de Vítor, os assistentes soltaram gritos e cobriram=-no de injúrias. Mas como era pessoa de muito prestígio, os prefeitos mandaram-no ao próprio Imperador. Diante do novo tribunal, Vítor não deu menos provas de sabedoria e de firmeza, e demonstrou de maneira irretorquível que os ídolos nada valiam, mas que Jesus Cristo era o verdadeiro Deus.

Irritado, o Imperador ordenou que o arrastassem pela cidade inteira. Amarraram-lhe os braços e os pés e arrastaram-no, exposto aos golpes e às injúrias da populaça, pois todos temiam incorrer em crime poupando-lhe insultos. Todo lacerado e coberto de sangue foi conduzido ao tribunal dos prefeitos e estes, acreditando-o vencido pela afronta, mais do que nunca lamentaram o insulto feito a César e à República, e instaram para que finalmente reconhecesse o poder dos deuses; e para que preferisse a amizade de César a uma morte atroz, merecida por causa de um homem que vivera na indigência e morrera supliciado. Animado por esse começo de vitória, o mártir respondeu com sabedoria verdadeiramente inspirada: “Se se trata de um insulto feito a César e à República, declaro que nunca ofendi a César, nem à República; em nada lesei a honra do Império, nem me recusei a defendê-lo. Todos os dias religiosamente sacrifico pela salvação de César e de todo o Império, todos os dias imolo a Deus hóstias espirituais pela prosperidade da república, Mas creio que todos hão de considerar cúmulo de demência amar um bem de tal forma, a ponto de preferi-lo a outro cem vezes superior. Tanto mais se pudermos possuir o primeiro da maneira por que gostaríamos de fazê-lo; se não pudermos gozá-lo sem temos de perdê-lo, quando dele estamos de posse, malgrada as precauções que tomamos? No segundo caso, ao contrário, obtemos sempre o cêntuplo do que desejamos; e, quando o possuímos, desfrutamo-lo com segurança e, nem o tempo, nem a violência no-lo arrancarão. Ora, no critério da sã razão e de todos os sábios, a simpatia dos príncipes, os prazeres e as honras deste mundo, a saúde, a própria vida, são bens que não podemos obter à vontade, nem possuir com segurança, nem, sobretudo, cuja posse possamos prolongar por algum tempo. Devemos, pois, colocá-los bem abaixo das alegrias inefáveis da vida eterna, e dos amplexos do soberano autor de todas as coisas. Pois quando o amamos, o possuímos; e, quando o possuímos, com ele possuímos todos os bens.

Vítor continua a discorrer com a mesma maturidade da razão cristã; refuta admiravelmente o paganismo e não menos admiravelmente se estende sobre Jesus Cristo: “Com que amor e que veneração devemos adorar aquele que, sendo nós seus inimigos, foi o primeiro a amar-nos; que desmascarou as fraudes dos infames e que, para arrancar-nos aos falsos deuses, fez-se home, sem com isso diminuir a sua divindade, mas revestindo a nossa humanidade, e permanecendo Deus entre nós! Oh! Como é rica essa pobreza que reprovais; pois quando lhe apraz, enche barco de peixe e alimenta cinco mil homens com cinco pães! Como é forte essa fraqueza que cura todas as nossas enfermidades! Como é vivificante a morte que vivificou tantos mortos! Duvidais? Vede todas as coisas preditas desde o começo e confirmadas por incontáveis milagres. Oh! Se considerardes como é grande aquele a quem o mundo inteiro obedece! Haverá algo mais santo do que a sua vida? mais reto do que a sua doutrina? Mais proveitoso do que as suas promessas? Mas terrível do que as suas ameaças? Mais seguro do que a sua proteção? Mais louvável do que a sua amizade? Mais arrebatadora do que a sua glória? Qual dos deuses com ele se assemelha? Todos os deuses das nações são demônios; mas o nosso Deus fez os céus. É por isso que aqueles são e serão condenados ao fogo eterno juntamente com seus adoradores.

Do nosso Deus, ao contrário, disse um santo profeta: “Ele está acima de todos os deuses; tudo quanto desejou pode fazê-lo no céu, na terra, no mar, e em todos os abismos.” Assim sendo, mui ilustres doutos senhores, usai a agudeza do vosso espírito, afastai por um momento a raiva e a contenção, examinai a sangue frio o assunto de ambos os lados, e não vos entregueis mais a impuros demônios que vos odeiam e que vos arrastam à perdição; não degradeis mais a honra da semelhança divina, que está em vós, cedendo à infame torpeza desses demônios, mas obedecer ao mui santo, mui belo, mui justo, mui clemente e todo poderoso Criador, vosso amigo, cuja humildade vos elevará, cuja pobreza vos enriquecerá, cuja morte vivificará, cujas salutares advertências vos conclamam, cujas recompensas vos convidam, a fim de que possais em breve ser recebidos na sua eterna glória e vos regozijardes para sempre da sua amizade.

Tendo o mártir assim se expressado, disseram-lhe os prefeitos: Vítor, quando cessarás de filosofar? Escolhe de duas coisa uma, ou apaziguar os deuses, ou perecer miseravelmente. Já que me propondes, respondeu Vítor, preciso confirmar com o exemplo aquilo que ensinei com a palavra. Estou pronto a sofrer todas as torturas que quiserdes infligir-me. Irritados e cada qual mais decidido do que o outro a fazê-lo padecer, os prefeitos se desavieram. Um deles, chamado Eutício, retirou-se: o encargo de mandar torturar o mártir coube a Astério, que finalmente deu ordens para amarrá-lo e supliciá-lo longa e cruelmente. O mártir erguia os olhos para o céu e implorava paciência Àquele que pode concedê-la. Jesus Cristo apareceu-lhe, tendo a cruz nas mãos, e disse-lhe: ” A paz esteja contigo, Vítor! Sou Jesus que sofre nos meus santos; tem coragem, eu te assisto na luta para depois coroar-te na vitória”. Essas palavras tiveram o dom de fazer desaparecer a dor e as torturas. Os carrascos, já fatigados, convenceram-se de que obteriam, e o prefeito ordenou que retirassem Vítor do cavalete e o levassem para um calabouço muito escuro.

Durante a noite Jesus Cristo mandou anjos visitar o mártir; a prisão foi aberta e inundada por uma luz mais claro que o dia: Vítor cantava com os anjos os louvores de Deus. Ao ver aquela luz, três soldados que estava de guarda jogaram-se aos pés do santo, suplicaram-lhe que lhes perdoasse, e pediram para ser batizados. O mártir doutrinou-os cuidadosamente,d e acordo com o tempo de que dispunha; na mesma noite, mandou chamar alguns padres, e levou os soldados até o mar, onde, depois de batizados, tirou-os da água com suas próprias mãos, isto é, foi seu padrinho. Os soldados chamavam-se Alexandre, Longino e Feliciano. Na manhã seguinte, tendo sido divulgada a conversão dos guardas, o Imperador enviou meirinhos, que os levaram, juntamente com Vítor, à praça pública, para a qual acorreu a população da cidade em peso. Os três soldados, animados por Vítor com palavras muito belas, perseveraram fielmente na confissão; e imediatamente, por ordem do Imperador, tiveram a cabeça cortada. Vítor pedia a Deus com lágrimas que lhe permitisse acompanhar os companheiros no martírio. Tornaram a espancá-lo, foi suspenso e cruelmente açoitado com varas e tendões de boi. Novamente o encarceraram, tendo ele permanecido três dias em prece, pedindo a Deus o martírio com grande contrição e abundantes lágrimas. Em seguida, o Imperador fê-lo comparecer outra vez à sua presença, e depois de interrogar, ordenou que trouxessem um altar de Júpiter, junto do qual o sacrificador se postara.

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O Imperador disse a Vítor: Põe incenso, apazigua Júpiter, e sê nosso amigo. O mártir aproximou-se, tal como se fosse sacrificar, e, tirando o altar da mão do sacrificador, derrubou-o no chão com um ponta-pé. Em seguida, mandou colocá-lo sob a mó de um moinho movido a braços, e que os carrascos puseram em movimento, começando assim a esmagá-lo e a partir-lhe os ossos. Mas o instrumento quebrou-se; como a vítima ainda parecesse respirar, cortaram-lhe a cabeça. Então ouviram um voz celestial, que vinha do alto, dizer: “Vencestes, bem-aventurado Vítor, venceste!” O Imperador mandou atirar ao mar os corpos dos mártires; mas eles voltaram à praia e foram enterrados pelos cristãos numa gruta talhada no rochedo, lugar onde depois foram operados um grande número de milagres.

(Vida dos Santos, Padre Rohrbacher, Volume XVI, p. 399 à 410)

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